Avançar para o conteúdo principal

O Homem controlador do Universo - Diego Rivera


A genialidade que se sugere este fim-de-semana está relacionada com o nascimento de um movimento cultural e social no México, o Muralismo mexicano e um dos seus mais influentes autores, Diego Rivera. Nascido em Guanajato, México, em 1886, Diego morreu com quase 71 anos em 1957 na cidade do México. Foi um dos mais influentes fundadores do movimento, juntamente com José Orozco e David Siqueiros.

Ficou mundialmente conhecido o seu relacionamento com Frida Kahlo, mas foram diversos os seus relacionamentos, mesmo com Frida o seu relacionamento foi conturbado, tendo se separado e junto várias vezes com a pintora.


Mas falando do que realmente interessa, das obras, foram várias as obras míticas que o pintor nos deixou. Influenciadas pelos gostos políticos de Rivera, que era um marxista convicto que acolheu Trotsky após a sua expulsão da União Soviética, as suas obras dão grande ênfase à componente social que se reflecte nos seus morais, que procuram mostrar a desigualdade entre ricos e pobres que era um problema central na sociedade de então. Acreditava que somente o mural poderia redimir artisticamente um povo escravizado e algumas das suas maiores obras retratam essa ideia, tais como, O carregador de flores, A epopeia do povo Mexicano, Vendedora de Flores ou A unidade Panamericana.

Mas a genialidade que vos quero deixar é uma das suas maiores obras, O Homem controlador do Universo. Esta obra foi iniciada em 1933 para a família Rockefeller em Nova Yorque, mas não chegou a ser concluída por ter presente na sua imagem a personagem do fundador da União Soviética, Lenin. Após discussão com a família, Rivera decide não retirar o Lenin, símbolo do socialismo do mural e é afastado do projecto. Após o sucedido, volta para o México para concluir o mesmo mural na sua cidade, México, com um tamanho menor no palácio de Belas Artes. 

O homem controlador do Universo

A composição é dividida em três seções: na parte central do mural, o operário aparece operando a máquina que controla o universo, manipula a vida e divide o macrocosmo do microcosmo.

O painel da esquerda mostra o efeito da sociedade capitalista através da representação de Charles Darwin aludindo à ciência, em contraste com a escultura em pedra que simboliza a religião e as cenas da luta de classes e da guerra.

O painel da direita representa o mundo socialista através das figuras de Vladimir Lênin, Karl Marx, Leon Trotsky e Friederich Engels, bem como a representação do Exército Vermelho e a união da classe trabalhadora, representada pelos trabalhadores na Praça Vermelha.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

As portas que Abril abriu - Ary dos Santos

Em vésperas de uma das mais importantes datas do calendário português, o 25 de Abril, quero deixar convosco uma genialidade de um verdadeiro génio, que em muito ajudou a que fosse possível a revolução dos cravos, fazendo da poesia uma verdadeira arma da resistência fascista, José Carlos Ary dos Santos. Autor de poemas icónicos do cenário nacional, Ary dos Santos, deixou um antes e um depois da sua passagem pela terra, poemas que se transformaram nas melhores músicas do século XX, como, "a desfolhada", "os putos" "Lisboa menina e moça" e tantas outras que ainda hoje passam nas rádios. Em plena ditadura, corria o ano de 1938, nasce Ary dos Santos. Cedo o seu bichinho pela escrita nasce e já na adolescência, então com 16 anos vê os seus poemas serem escolhidos para o prémio Garret. Ary começou a sua militância em 1969 no Partido Comunista Português, mesmo tendo descendência de famílias aristocratas sempre procurou lutar contra o tipo de sociedade em q...

A eucaliptização do futebol português

As raízes aprofundaram, invadiram a terra alheia e estão prestes a secar a fonte, a competitividade desportiva que, há muito deixou de ser importante neste "lindo" eucaliptal.