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Entrevista a Márcio Ribeiro, um DJ (in)vulgar num mundo (ir)real



Márcio Ribeiro tem 22 anos, vive em Coimbra onde estuda e frequenta a licenciatura de Direito, na qual frequenta o 4º ano, além disso, nos tempos livres, é DJ. Aqui está a entrevista a um jovem DJ que tenta ganhar o seu espaço nas noites de Norte e Centro de Portugal.





CC - Como é que entraste no mundo da música ?

Márcio - Desde pequeno que sempre fui influenciado pela minha família, em especial pelo meu pai, daí ganhei o primeiro bichinho pela música, mas como DJ, surgiu numa festa particular em que a pedido de alguns, fui convidado a meter música com um amigo de infância, Zé Silva, quando tinha 17 anos.






CC - A partir daí, correu bem a experiência?

Márcio - Foi sempre a subir(risos). Eu e o meu colega fomos subindo a nossa performance, bem como a nossa habituação ao material de som e mistura. Na altura não tínhamos grandes expectativas, porque aquilo que tínhamos feito ao nível de projectos estava apenas no youtube. Contudo, um dia, num bar de um conhecido, ele convidou-nos a passar música numa data vaga em termos de artistas! O desenrasca dele, a nossa oportunidade. Ficámos muito ansiosos e desde logo muito preocupados em arranjar um nome para a dupla.





CC - Qual o nome que encontraram ?

Márcio - Em pouco tempo definimos um nome que já nos era familiar, «iOS DJ´s»






CC - E porquê esse nome?

Márcio - Não há uma razão lógica ou uma histórica do nome ter surgido, lembro-me do Zé num tom de sugestão ter dito esse nome e que à partida nos soou bem e ficou.





CC - Actualmente continuam no activo?

Márcio - Sim, continuamos no activo, no ultimo verão, inclusive, tivemos uma afluência de actuações acima do expectável.









CC - Acima do expectável, como assim ?

Márcio - O acima do expectável foi o facto de um momento para o outro sermos convidados a ir actuar a festas e bares/discotecas em que nós próprios éramos frequentadores assíduos, e do nada estávamos no espaço daqueles que admirávamos, a dar as pessoas aquilo que nos deram a nós, diversão, um trabalho que felizmente tem continuado a um bom ritmo.






CC- Ainda consideras que o vosso projecto está numa etapa inicial ?

Márcio - É como o futebol (risos), a maior parte dos DJ´s mundiais que temos como referência atingem o seu auge por volta dos 30 anos, considerando o facto de termos 22 anos faz-me considerar que ainda estamos numa fase inicial, apesar de já termos atingido um certo estatuto.






CC - Achas que o trabalho de um DJ em fase inicial, como o vosso. é bem remunerado ?

Márcio - É como tudo, há noites em que para nós é um prazer trabalhar e não sair tão bem remunerado e há noites em que apenas encaramos como um trabalho. Acima de tudo considero que o dinheiro não é o principal motivo, apesar de ser importante.







CC - Mas, sendo estudante, como consegues conciliar?

Márcio - Como é sabido, eu estudo Direito, curso que já frequento à uns tempos. O meu parceiro musical era de Penafiel, de maneira que iríamos ter poucas oportunidades de fazer música juntos. Porém, sendo esta indústria característica do fim-de semana, decidimos arriscar e avançar na mesma. Neste momento, apesar das dificuldades de toda a ordem, tornou-se à mesma sustentável e exequível esta nossa tarefa.






CC - Para concluir, que conselhos dás a alguém que quer começar uma carreira de DJ?

Márcio - Que não pensem que é um meio fácil de ganhar dinheiro ou de atingir níveis elevados de reputação, mas sobretudo se o querem fazer, que o façam com gosto que o resto virá por acréscimo.




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