O início do Brexit parece ser só o princípio do fim do que já estava anunciado há muito tempo, a desintegração da União Europeia. Para muitos pode parecer ridículo, mas o projecto europeu desde a sua génese que está destinado ao fracasso, o qual, muito dificilmente encontrará outra solução que não a sua dissolução.
Está destinado ao fracasso desde logo, pela existência de duas Europas dentro da União Europeia, a Europa do Norte, que é mais rica, e a Europa do Sul que se endivida para financiar os irmãos do Norte. Esta existência, de dois tratamentos e de duas realidades distintas dentro da mesma família fazem com que cresça um sentimento anti Europeu, quer por parte dos mais pobres que um dia se cansarão de ser cobaias dos do Norte e também por parte dos mais ricos que criaram um sentimento xenófobo e racista sem a menor razão e além disso querem manter a hegemonia que tiveram no passado a nível político e não perder a sua soberania nacional
Claro que estas incongruências ajudam à desintegração, e o primeiro país a aderir a este sentimento não foi nada menos que o Reino Unido, uma das potências da zona euro que mesmo sendo potência percebeu que tinha mais a perder do que a ganhar com a União Europeia, que perdera hegemonia face à França e sobretudo à Alemanha, e que perdera também o controlo das sua decisões nos mais variados temas, quer externamente como inclusive, a nível interno.
Se um país como o Reino Unido encontrou estas debilidades e as discutiu, porquê um país como Portugal, sendo mais pequeno e mais insignificante no contexto internacional, nunca discutiu a problemática da União Europeia e a perda da soberania para os países mais ricos, ainda mais agora que o cenário para mais real do que nunca ?
Por aqui dizem que foi a União Europeia quem mais contribuiu para o nosso desenvolvimento, que sem os fundos comunitários Portugal ainda estaria como no tempo da velha senhora e que nós somos quem mais tem a ganhar com a união económica entre os países dada a nossa vulnerabilidade aos mercados. Mas se isto não passasse duma falácia, eu até acreditaria, como diria alguém « ninguém dá nada a ninguém» e já se perdeu mais do que o que se tinha a ganhar. Está na hora de preparar uma eventual saída da zona Euro, quer seja dada pela decisão soberana do povo português ou por imposição europeia, não poderemos é ser apanhados de surpresa, porque hoje foi o Reino Unido, amanhã poderá ser a França, e depois que se faz?
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