Nasce hoje no blog uma nova rubrica, intitulada de «Opiniões Expresso», pretende dar a conhecer a opinião de pessoas conhecidas de todos nós sobre citações polémicas de intelectuais contemporâneos. Nesta primeira rubrica vamos dar a conhecer a opinião de Frederico Pombares, escritor, autor e actor. Com um vasto currículo, como guionista em programas icónicos como o último a sair, o telerural ou o lado B, está neste momento a trabalhar num projecto com os humoristas, César Mourão, Rui Unas e Salvador Martinha intitulado «Cavalinho da Chuva», um projecto online, que ainda está no início mas que promete ser uma nova lufada de ar fresco, diferente do até então feito na língua portuguesa.
Nesta primeira série de duas citações que é proposta a várias pessoas, os autores das questões questões são o nobel José Saramago e Eduardo Galeano.
Frederico Pombares - A religião é uma necessidade como outra qualquer. A única diferença é que suprida através de algo que intangível. Nós não conseguimos ter a responsabilidade de sermos o topo da cadeia. Daí haver a necessidade de algo superior que nos desresponsabilize e que atribua razões a coisas que simplesmente são. A morte é a morte. É a cessação da vida. Ponto. Mas nós, como seres racionais, não sabemos lidar com essa finitude porque temo-la presente. Temos consciência de que as coisas acabam e acabamos por eternizar a vida noutro mundo. Um grande feito médico passa a ser um milagre. Aqueles profissionais que foram exemplares, de repente não tem qualquer mérito. E se por acaso a cirurgia correr mal e o paciente morrer prematuramente, foi porque Deus assim quis e estava escrito. A mulher foi feita a partir duma costela dum homem, etc, etc, etc. Bom, a necessidade cria realmente o objecto. Nada contra. Desde que as pessoas vivam mais felizes sem prejudicar terceiros, tudo é válido.
É um café - «O medo governa-nos. Essa é uma das ferramentas de que se valem os poderosos, a outra é a ignorância.» E com esta afirmação de Eduardo Galeano ?
Frederico Pombares - Parece-me óbvio que sim. Os pontos fracos sempre foram e sempre serão aproveitados por quem acha que não os tem. Os fortes dominarão sempre os fracos. Afinal de contas somos animais e a natureza prevalecerá. Anda cá há mais anos que nós.
Espero que tenham gostado desta nova rubrica, estejam atentos ás próximas e boas leituras.
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