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Um dia que devia ser todos os dias


Hoje, dia 8 de Março comemora-se o dia internacional da Mulher. Este é um dia diferente, é talvez o único dos dias do ano em que se fala de igualdade de género sem esquecer a luta das precursoras deste movimento, que lutaram contra tudo e contra todos para que as mulheres ocupassem um lugar no mundo tão relevante quanto o dos homens.



Nos dias em que correm, a diferença entre os géneros é menor do que era à  uns séculos mas não se deixa de verificar essa diferença que embora seja menor do que há uns anos ainda é notória em todos os sectores. Ainda hoje as mulheres recebem menos do que os homens, ainda hoje elas são discriminadas por serem mulheres, ainda hoje vivemos numa sociedade patriarcal em que o homem toma as principais decisões que nos interessam e ainda hoje elas acabam por ser escravas deles, servindo apenas como objecto/necessidade.

Assim, a necessidade de comemorar este dia mantêm-se tão actual como o era no início do século passado, porque o que foi conseguido não foi em vão, mas porque se não pensarmos nisto regularmente as diferenças irão voltar a aumentar ao invés de diminuir e de se caminhar para a igualdade.

Porque é que o 8 de Março não é todos os dias ? ou o Natal? ou o 1º de Maio? Não é, porque enquanto existirem estas desigualdades na sociedade, os mais fracos irão sempre precisar de um dia para se lembrarem da sua condição e do quão explorados são pela sociedade. E os exploradores agradecem porque só um dia é diferente no ano deles.

Festejemos este dia, não apenas as mulheres, mas também todos os homens que acreditam numa sociedade mais justa e igual e acima de tudo  festejemos o resto da nossa vida o dia da Mulher, mas também o dia do trabalhador, o dia da paz o dia de Natal e o 25 de Abril.



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