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Uma guerra que também é nossa

O conflito na Síria arrasta-se à mais de 7 anos, segundo estimativas de vários organismos internacionais a guerra já matou mais de meio milhão de pessoas e deslocou mais de 3 milhões dos seus nativos.

Nós por cá, assistimos a tudo de modo impotente, sem nada fazer para alterar o rumo dos acontecimentos, como se a esta guerra fosse em Marte e nada tivéssemos a ver com o assunto. Mas não é bem assim, somos cúmplices pelo que acontece no Médio Oriente, especialmente na Síria.


O que por lá acontece, é o reflexo da sociedade em que vivemos, de uma nova era global que é jogada como se tratasse de um jogo de xadrez, no médio oriente. De um lado o capitalismo feroz do ocidente, do qual fazemos parte, que apoia e suporta os mais diversos grupos terroristas e que para manter a hegemonia económica e militar do mundo ajuda rebeldes, sauditas, turcos e o mais diverso fundamentalismo islâmico.  E do outro lado, as forças que querem equilibrar o tabuleiro mundial, com Russia, Irão e China que apoiam o governo local a manter o poder para se afirmarem no panorama internacional. Na verdade, ninguém quer saber dos Sírios, das mortes, dos feridos e dos refugiados, o que realmente lhes importa é saber qual deles tem o pau maior, e de demonstração em demonstração um bocado de nós também se perde.

O que nós portugueses podemos fazer é pouco, mas se incentivarmos outros a quererem mudar o rumo dos acontecimentos, talvez aí, de pouco em pouco se faça muito e se consiga acabar com este conflito, fazendo com que as potências se sentem a mesa e discutam o que realmente importa, o fim do conflito que também é nosso.

A meu ver, acho imperativo partir da sociedade portuguesa o apoio a uma grande manifestação a apelar ao fim deste conflito armado para que este movimento se torne mundial, já o fizemos com Timor, façamos agora pela Síria e o seu povo, mas por nós também.

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