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Viagens da nossa terra, Cáceres e Trujillo

Uma  rubrica semanal de Diogo Xavier, estudante da FLUC  e viajante a tempo parcial.

Cáceres e Trujillo




Visitámos, há uns tempos, o centro histórico de Cáceres. Cáceres é uma cidade multifacetada. Tem ensino superior, aposta no presunto e no queijo que os animais das terras próximas oferecem, é uma cidade feliz e culturalmente rica.


Quanto a nós, passámos a pé pelo café onde o anfitrião, à porta, vendia sandes de jamón. É tão diferente comer uma sandes de jamón. Estamos a imaginar, não comemos nenhuma. Isto por causa do nome, jamón não insoira confiança, como se estivéssemos a comer presunto de bigode e sobrancelhas carregadas, não parece?


Seguimos pela rua de pañeras e, depois de um ou dois becos, chegámos à plaza mayor. A praça central do centro histórico de cáceres é um lugar de inspiração, como quando se chega a marraquexe. Visitámos a concatedral de santa maria, local de culto de duas religiões. É impressionante que um grande pedaço de pedra suporte vários tipos de fiéis, nos seus anseios, medos e aspirações.


Passeámos um pouco por aquele pedaço de História. Os homens e as mulheres que passaram na península ibérica, quase que podemos senti-los, tropeçar neles.

Continuámos para trujillo, lugar mais pequeno. Em Espanha não há estradas más, como se eles estivessem ansiosos por chegar a cada sítio. É notório que têm medo da sua falta de nacionalidade, os espanhóis. Claro que isto também pode ser explicado com o facto de a economia espanhola ser mais pujante do que a portuguesa. Enfim, chegámos a Trujillo, subimos a pé até à Plaza mayor. Plaza mayor é um nome de código para sítio onde se come bocadillos e se vêem passar as sorridentes espanholas . A plaza mayor de trujillo estava ocupada com aqulo que parecia uma mini praça de touros.


Ali, não era sequer culturalmente discutível que se divertissem com touros. Ignorámos esse processo cultural e olhámos para a estátua do sacana do francisco pizarro. O gajo que , qual herói, pegou no seu cavalo e partiu à conquista do peru. E conquistou-o. Imponente, sangrento, fascinante. Agora é um herói de pedra e sê-lo-á para sempre, em princípio.


Subimos até ao castelo. A vista, magnífica. E o ar, puro como em poucos sítios. Lá ao longe, uma fábrica poluía a dignidade do local. Cerca de um por cento de fumo tóxico na cidade. Tinha chegado a revolução industrial.


Diogo Xavier

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