Saímos da bela vila de Vieira do Minho já o dia ia numa longa jornada, o sol estava alto mas não o suficiente para nos queimar, um dia primaveril, típico de Abril que nos permitiu vislumbrar uma das mais magníficas serras do país a brotar de novo a natureza depois de um inverno rigoroso que renovou um ciclo infinito de beleza que se actualiza a cada ano que passa.
A Serra vista a partir de baixo, é imponente, mais que a altura que têm (pouco mais de 1200 metros), estende-se de uma ponta à outra do concelho de Vieira do Minho. Dando o nome a este, pelo seu formato de concha de uma vieira, estas terras são um sítio fértil à proliferação da fauna e da flora abrigadas pelas colinas verdejantes da serra que criam um microclima diferente do resto do país.
Chegados à serra, a paisagem muda drasticamente, a vegetação é mais rasteira mas é onde aparecem os pequenos paraísos perdidos por estes locais. Pequenas lagoas que nascem naturalmente, esculpidas pelas águas do rio Ave que desenham nestas paisagens graníticas, belas piscinas naturais.
Nas terras altas sente-se o frio, estamos em Abril, mas os mais de 1000 metros de altura trazem consigo uma aragem soviética que nos faz vestir o casaco. Olhamos para o horizonte, e fixamos o olhar nos animais que por aqui vivem, na sua maioria bovinos da raça Barrosã mas também se vislumbram alguns cavalos, da raça autóctone Garrana que ao longo de séculos se conseguiram adaptar ás condições severas da serra, mostrando como é possível a observação do Darwinismo nas terras altas do Minho.
No ponto mais alto da serra, no Talefe, a vista é imperdível. A norte vê-se no horizonte Montalegre, a leste Cabeceiras de Basto, ao oeste a sua irmã, Serra do Gerês e para sul perde-se a vista até ao Santuário do Sameiro em Braga, notando-se o formato de vieira que caracteriza o concelho. Restam ruínas e um posto de vígia, mas aqui se percebe que a natureza às vezes também acaba por vencer, apesar das eólicas e do progresso.
Espero que tenham gostado e que visitem uma das serras mais bonitas de Portugal.
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