Um artigo de Diogo Xavier.
A propósito do artigo de Fernanda Câncio no Diário de Notícias, vem à tona uma perplexidade incrível aos olhos de quem conhece, através das escutas saídas na comunicação social, o envolvimento da mesma com José Sócrates.
É difícil, praticamente impossível, que Sócrates seja considerado inocente em algum dos crimes que lhe apontam. José Sócrates ser condenado nos tribunais será, em princípio, o sistema judicial a funcionar. Por outro lado, ser condenado pela opinião pública, factor que se tem verificado, é apenas o reflexo de um sentimento colectivo de revolta mais ou menos espontânea.
José Sócrates concentrava em si, alegadamente, uma rede infinita de dominados, pessoas que sabiam das elevadas posses, ou das elevadas posses dos amigos, ou do centro de influências em que o homem estava mergulhado.
Todas estas pessoas tiveram a mesma reacção perante as sucessivas revelações de escutas, ou seja, uma imensa vergonha.
Ninguém as censura. As ex´s de Sócrates, fundamentalmente, foram danos colaterais na operação. Gerou-se uma espécie de acordo tácito
- as senhoras agora calam-se e daqui a uns meses ninguém se lembrará dos vossos nomes, o importante é o Sócrates, apanhar esse corrupto
Mas Fernanda Câncio não parece satisfeita e quer sair de fininho.
A mesma Fernanda que há uns anos telefonava a Sócrates a impingir uma casa de milhões no Chiado, a mesma Fernanda feminista que vive férias de luxo pagas por Sócrates. Esta Fernanda não sabe que Sócrates é "um mentiroso".
Ao que parece, Fernanda Câncio achava que namorava com um anjo e que tudo lhe caía do céu.
Ai Fernanda, Fernanda...
Diogo Xavier
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