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A eucaliptização do futebol português

As raízes aprofundaram, invadiram a terra alheia e estão prestes a secar a fonte, a competitividade desportiva que, há muito deixou de ser importante neste "lindo" eucaliptal.



O fenómeno não é novo e não deixa de ser mais uma das consequências da centralização do poder político em Portugal,  que perdurou por vários séculos e que arrastou consigo tudo o que havia para arrastar, inclusive a popularização do fenómeno desportivo.

Se no início desta era, nos primórdios do século XX, o futebol ainda era um fenómeno recente e os clubes se limitavam às cidades industriais, atraindo sobretudo trabalhadores geograficamente próximos desses clubes. Hoje os clubes abundam como cogumelos silvestres pelo país fora, embora, estranhamente e particularmente se tenha acentuado a centralização da popularidade, à volta dos três grandes Eucaliptos,. O que inevitavelmente, acaba por afectar a competitividade do nosso campeonato, secando financeiramente e mediaticamente os restantes clubes, representantes de uma determinada zona/região, desfigurando o verdadeiro espírito do fenómeno desportivo, a competitividade necessária para uma salutar Liga Profissional de Futebol.

Mas isso não interessa, pelo menos para 90 % da população que, independentemente de onde tenham nascido ou vivam, com uma ou outra excepção, continuarão a apoiar os "grandes" deste país, mesmo que estejam a mais de 600 km de distância, ajudando a que esta, tendencial luta desigual, já por si, se acentue. E o mais preocupante é mesmo isso, é que ao invés de se tentar diminuir as desigualdades existentes entre os clubes, o nosso povo pretende perpetuar e até as agravar, apoiando e vangloriando os eucaliptos mesmo que venham à nossa terra jogar, contra o clube que nos deveria representar. Tudo isto, porque somos um povo "vencedor", ou melhor, um povo tão derrotado que precisa de vitórias morais para subsistir, independentemente da competição acabar por ficar reduzida a três ou até duas equipas.

Exemplos não faltam todas as semanas, com estádio pintados de vermelho, verde ou azul, mesmo que as bancadas sejam amarelas. São mais os exemplos que as excepções, e das excepções, do interior do país, nem vê-las (talvez o Chaves), o que acaba por caracterizar o nosso povo. Um povo bipolar e masoquista, reclamador de tudo o que vem do poder central e grande defensor das gentes das suas terras, mas que gosta de se sodomizar a esse poder, quando se trata de futebol.

Claro que o futebol, não combate sozinho esta gentrificação e centralização do poder, mas poderia atenuar e ajudar a alertar para as injustiças que o interior sofre, através de todo o seu poder mediático. Mas ao invés, a Covilhã, os Açores, Montalegre ou até mesmo Setúbal, são mais bonitas vestidas de vermelho, e no fim, é isso que importa.

Para impedir um eucalipto de crescer, não basta queimar ou cortar as canas, mas antes, restringir os seus recursos nutricionais. Ou seja, se queremos impedir que este avanço se acentue e se torne perpétuo, temos de parar de alimentar esta fome que os "grandes" tem por show mediático e financeiro. Uma parte depende de "nós", a outra depende dos restantes 99,999 % de clubes de futebol, para que juntos arranjem formas de trazer, pela primeira vez na  história, competitividade ao nosso futebol. Uma coisa é certa, não há liga só com Porto, Benfica e Sporting.










Comentários

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